Transtorno da falta de contato com a natureza


Enviado por graciela, dom, 22/05/2011 - 18:56
extraído de http://www.rets.org.br/?q=node/1044

Por Germano Woehl Jr. - Transtorno da falta de contato com a Natureza (Nature Deficit Disorder), é um termo criado pelo escritor e jornalista norte-americano Richard Louv em seu livro de 2005, Last Child in the Woods (Tradução: A Última Criança nas Florestas). Refere-se à alegada tendência de as crianças terem cada vez menos contato com a natureza, resultando em uma ampla gama de problemas de comportamento. Esta doença não é ainda reconhecida em qualquer um dos manuais de medicina de transtornos mentais, como o CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) ou o DSM-IV (Manual de Diagnósticos e Estatísticas de Transtornos Mentais) nem é parte da proposta de revisão deste manual
Louv alega que as causas para o fenômeno incluem o medo dos pais, acesso restrito às áreas naturais, e da atração pela TV ou computador. A pesquisa recente tem gerado um contraste maior entre a diminuição do número de visitas aos Parques Nacionais nos Estados Unidos e aumento do consumo de meios eletrônicos por crianças.
Richard Louv passou 10 anos viajando pelos EUA entrevistando e conversando com pais e filhos, tanto em áreas rurais e urbanas, sobre suas experiências na natureza. Ele argumenta que a cobertura da mídia sensacionalista e os pais paranóicos têm assustado as crianças de freqüentarem áreas naturais (matas, campos...), enquanto promove uma litigiosa cultura do medo que favorece a prática de esportes seguros com regras ao invés de brincadeiras criativas.
Ao reconhecer essas tendências, algumas pessoas argumentam que os seres humanos têm um gosto instintivo para a natureza, a hipótese da biofilia, e adotam certas medidas para passar mais tempo ao ar livre, por exemplo, em educação ao ar livre, ou através do envio de crianças a jardins da infância (Forest Kindergarden) ou escolas (Forest Schools) na floresta, que são escolas especiais criadas nos Estados Unidos e países da Europa, onde as crianças ou estudantes brincam e aprendem do meio de uma mata preservada ou bosque utilizando os elementos que encontram na nestes ambientes. Talvez seja uma coincidência que os adeptos do movimento Slow Parenting (pais sem pressa)* enviam suas crianças para educação em ambientes naturais, ao invés de mantê-los dentro de casa, como parte de um estilo livre de educar os filhos
*O movimento Slow Parenting (pais sem pressa) defende que “menos é mais”: menos coisas, menos actividades, menos pressa, menos pressão, menos expectativas. Mais tempo para crescer fará as crianças mais felizes. É um estilo de educação dos pais em que poucas atividades são organizadas para as crianças. Em vez disso, elas são autorizadas a explorar o mundo ao seu próprio ritmo. O movimento Slow Parenting tem o objetivo de permitir que as crianças sejam felizes e fiquem satisfeitas com suas próprias realizações, mesmo que isto não pode torná-las mais ricas ou mais famosas. Os pais das crianças de hoje são frequentemente encorajados a repassar o melhor possível de suas experiências de infância, para garantir a estas crianças o sucesso e felicidade na vida adulta.
A natureza não é apenas para ser encontrado em parques nacionais. O capítulo "Jardim do Eden em um terreno baldio", de Robert M. Pyle (página 305) enfatiza a possibilidade de exploração e fascínio em pequenas áreas que podem ser lotes desocupados de terrenos com vegetação nativa, e se alegra com as 30.000 lotes sem construção em Detroit, que surgem devido à decadência no centro da cidade.
Causas


• Os pais estão mantendo as crianças dentro de casa, a fim de mantê-los a salvo de perigo. Richard Louv acredita que podemos estar protegendo exageradamente as crianças de tal forma que se tornou um problema e prejudica a capacidade da criança de manter contato com a natureza. O crescente temor dos pais de "perigo desconhecido", que é fortemente alimentada pelos meios de comunicação mantém as crianças dentro de casa e no computador ao invés de explorar ao ar livre. Louv acredita que esta pode ser a causa principal de transtorno da falta de contato com a natureza, uma vez que os pais têm um forte controle e influência sobre a vida de seus filhos.

• Perda de paisagem natural no bairro ou cidade de uma criança. Muitos parques e reservas naturais têm acesso restrito e placas de advertência "não ande fora da trilha". Ambientalistas e educadores ainda adicionam a restrição ao dizerem às crianças "olhe, mas não toque". Enquanto eles estão protegendo o ambiente natural, Louv questiona o custo dessa proteção na relação as nossas crianças com a natureza

• Aumento de atrativos para passar mais tempo dentro de casa. Com o advento do computador, videogames e televisão as crianças têm mais e mais motivos para ficar dentro de casa, "A criança norte-americana gasta em média gasta 44 horas por semana com mídias eletrônicas"

Efeitos


• As crianças têm limitado respeito ao ambiente natural mais próximo. Louv diz que os efeitos do transtorno da falta de contato com a natureza para os nossos filhos será um problema ainda maior no futuro. "Um ritmo crescente nas últimas três décadas, aproximadamente, de uma rápida perda de contado das crianças com a natureza tem profundas implicações, não só para a saúde das gerações futuras, mas para a saúde da própria Terra." Os efeitos transtorno da falta de contato com a natureza poderia levar a primeira geração em risco de ter uma expectativa de vida menor do que seus pais.

• Podem se desenvolver transtornos da atenção e depressão. "É um problema porque as crianças que não tiveram um contato com a natureza parecem mais propensas à depressão, ansiedade e problemas da falta de atenção". Louv sugere que ter atividade ao ar livre em contato com a natureza e ficar na calma e tranquilidade pode ajudar muito. De acordo com um estudo da Universidade de Illinois, a interação com a natureza tem provado reduzir os sintomas dos transtornos da atenção e depressão em crianças. Segundo a pesquisa, "No geral, nossos resultados indicam que a exposição a ambientes naturais nas atividades comuns após as aulas ou finais de semana pode ser muito eficaz na redução dos sintomas de déficit de atenção em crianças." A teoria da restauração da atenção desenvolve esta idéia , tanto na recuperação a curto prazo de suas habilidades, como na de longo prazo para lidar com o stress e adversidades.

• Seguindo o desenvolvimento dos transtornos da atenção e depressão e transtornos de humor, notas mais baixas na escola também parecem estar relacionados com o transtorno da falta de contato com a natureza. Louv afirma que estudos realizados na Califórnia e na maior parte dos Estados Unidos mostram que os estudantes das escolas que utilizam as salas de aula ao ar livre e outras formas de educação utilizando experiências com a natureza apresentaram significativamente melhor desempenho em estudos sociais, ciências, artes, linguagem e matemática. Fonte: Artigo Orion Magazine March/April 2007

• A obesidade infantil tem se tornado um problema crescente. Cerca de 9 milhões de crianças (6-11 anos) estão com sobrepeso ou obesos. O Instituto de Medicina afirma que nos últimos 30 anos, a obesidade infantil mais do que duplicou para os adolescentes e mais do que triplicou para crianças de 6-11 anos. Fonte: National Environmental Education Foundation

• Em uma entrevista publicada na revista Public School Insight, Louv citou alguns efeitos positivos do tratamento de transtorno da falta de contato com a natureza: “Tudo a partir de um efeito positivo sobre a atenção estendendo para redução do stress a criatividade, o desenvolvimento cognitivo e seu sentimento de admiração e de conexão com a Terra. "

A ONG No Child Left Inside Coalition (Coalizão “Não deixe as crianças dentro de casa") trabalha para levar as crianças para atividades ao ar livre e de aprendizagem ativa. A ONG espera resolver o problema do transtorno da falta de contato com a natureza. Eles agora estão trabalhando para aprovar uma lei nos Estados Unidos que aumentaria a educação ambiental nas escolas. A ONG defende que o problema do transtorno da falta de contato com a natureza poderia ser amenizado por "despertando o interesse do estudante para atividades ao ar livre" e estimulando-os a explorar o mundo natural por conta própria.

Fonte: Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Bolívia cria Lei da Mãe Terra
País dá exemplo ao mundo
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planetaurgente/bolivia-cria-lei-mae-terra-287125_post.shtml

A Bolívia está em vias da aprovar a primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos. A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "bençãos", e se espera que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controle da indústria, em um país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos, informa o Celsias.

Na Conferência do Clima de Cancun, a Bolívia destoou da maioria quando declarou que todo o processo era uma farsa, e que países em desenvolvimento não apenas estavam carregando a cruz da mudança do clima como, com novas medidas, teriam de cortar também mais suas emissões.

A Lei da Mãe Terra vai estabelcer 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país "não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais".

Segundo o vice-presidente Alvaro García Linera. "ela estabelece uma nova relação entre homem e natureza. A harmonia que tem de ser preservada como garantia de sua regeneração. A terra é a mãe de todos". O presidente Evo Morales é o primeiro indígena americano a ocupar tal cargo, e tem sido um crítico veemente de países industrializados que não estão dispostos a manter o aquecimento da temperatura em um grau. É compreensível, já que o grau de aquecimento, que poderia chegar de 3.5 a 4 graus centígrados, dadas tendências atuais, significaria a desertifição de grande parte da Bolívia.

Esta mudança significa a ressurgência da visão de um mundo indígena andino, que coloca a deusa da Terra e do ambiente, Pachamama, no centro de toda a vida. Esta visão considera iguais os direitos humanos e de todas as outras entidades. A Bolivia sofre há tempos sérios problema ambientais com a mineração de alumínio, prata, ouro e outras matérias primas.

O ministro do exterior David Choquehuanca disse que o respeito tradicional dos índios por Pachamama é vital para impedir a mudança do clima. "Nossos antepassados nos ensinaram que pertencemos a uma grande família de plantas e animais. Nós, povos indígenas, podemos com nossos valores contribuir com a solução das crises energética, climática e alimentar". Segundo a filosofia indígena, Pachamama é "sagrada, fértil e a fonte da vida que alimenta e cuida de todos os seres viventes em seu ventre."

Conforto na prisão

Conforto na prisão

publicado no blog Samsara
Posted: 13 May 2011 08:33 AM PDT

Muitas pessoas se sentem bem confortáveis no samsara. Elas não têm a aspiração genuína de ir além do samsara; querem apenas que o samsara seja um pouco melhor. É bem interessante que “samsara” tenha se tornado o nome de um perfume. É bem assim; isso seduz nos fazendo pensar que é OK: samsara não é tão ruim, tem um cheiro bom!

A motivação mais profunda de ir além do samsara é muito rara, mesmo para pessoas que vão aos centros do Dharma. Há muitas pessoas que querem aprender a meditar e tudo mais, mas com a motivação subjacente de uma esperança de se sentir melhor. E se no final se sentirem pior, em vez de compreender que isso é um bom sinal, elas pensam que há algo errado com o Dharma.

Estamos sempre procurando maneiras de nos sentir confortáveis na prisão. Podemos pensar que se as paredes da cela forem pintadas com um belo tom de verde e tiverem algumas fotografias, assim deixará de ser uma prisão.

[...] Há duas razões básicas para seguirmos um caminho espiritual e buscarmos liberação. Uma delas é que queremos ser livres. Vamos usar o exemplo tradicional de uma casa em chamas: sua casa inteira está pegando fogo e você foge dela. Mas toda sua família — companheiro(a), filhos, pais, até seu cachorro — ainda está lá dentro. O que você faz? Você não diz apenas: “Bem, eu saí. Azar de vocês. Façam o melhor que puderem para sair também”. Naturalmente isso leva à segunda razão básica para seguir um caminho espiritual: tentaremos salvá-los também.

Jetsunma Tenzin Palmo
“Into The Heart of Life”
(Dharma Quote of The Week – Snow Lion, 12/05/11)
Os Oito Dharmas Mundanos
por Dzongsar Khyentse Rinpoche

"No budismo nós falamos de força, a nossa força, a nossa própria força. E depois falamos de confiança. Portanto em conexão com isso falamos de fraqueza. Como é que uma pessoa se torna fraca? Como é que a pessoa perde a sua confiança, como é que uma pessoa se torna mais e mais insegura?


Na via Mahayana, eles de facto delinearam 8 diferentes tipos de armadilhas onde tu podes cair e mesmo que caias numa armadilha tu já estas bastante fraca/o.

Claro, sem já falar que se caires em todas essas armadilhas ficas realmente fraco/a.
Agora estas 8 armadilhas... ok, elas são bastante simples, podem escrever pois é algo realmente bom para pensar.
A primeira... não há ordem, ok? A primeira, eu digo que é a primeira porque é a armadilha em que eu sempre caio, é querer ser elogiado.


A segunda é não querer ser criticado.


E depois a terceira, querer ser feliz.


E não querer ser infeliz.


Querer ganhar.


Não querer perder.


Querer ter montes de atenção.


E não querer ser ignorado.

Agora isto, a pessoa deveria realmente contemplar nestas oito armadilhas e ver quantas vezes nós realmente caimos a casa dia, a cada hora.
E... os Mestres, os Mestres do passado eles estão tão certos, elas realmente te fazem fraca/o.

Como, se queres algo, se realmente queres algo de mim [DzongsarKhyentse Rinpoche], deste homem, ok? Não é preciso muito. Só tens que me elogiar e depois já está. Eu irei dar-te tudo!

Tu deverias contemplar nisto. Quero dizer, quantas vezes nos sentimo-nos felizes quando eles dizem «Oh, tu pareces muito mais novo/a que a tua idade!»

Nós pomos tanto valor em elogios, criticismo e tudo isso e tornamo-nos tão fracos.

E quanto mais ouvimos elogios mais queremos.

E um bocadinho de criticismo, mesmo depois de montes de elogios, um bocadinho de criticismo, consegue realmente achuncalhar-te e por-te sem dormir durante umas semanas.

Agora isto, se tu realmente analizares todas estas 8 preocupações mundanas, 8 Dharmas mundanos é como os chamamos, elogio e criticismo, elas não tem essência alguma.

A maior parte das vezes, os elogios que recebemos dos outros, eles vêem cheios de contradições. E muitas vezes os elogios que escutamos das outras pessoas trazem sempre uma etiqueta de preço elevado.

Por isso, eu não irei passar pelas 8 armadilhas, é algo bastante fácil de contemplar, e o apenas contemplar estas 8 armadilhas realmente te faz forte.

Sabem, eu não estou a dizer que a partir de agora, se ouvirem um elogio ou criticismo que deverão bloquear as vossas orelhas. Sabem, como no exemplo da gravata [um exemplo que Rinpoche deu sobre uma gravata e em como o budismo fala sobre ela e a sua utilização. No exemplo, Rinpoche fala sobre a inutilidade da gravata mas em como mesmo assim o budismo diz que sabendo que ela é ridícula (por não ter utilidade prática excepto mero decor) a devemos utilizar.] tu tens que viver neste mundo, tu tens que falar com as pessoas, tu tens que te associar com as pessoas, tu estás marcado em ter que passar por essas 8 armadilhas."

Resumindo, as 8 preocupações mundanas são:

1ª Querer ser elogiado/a.
2ª Não querer ser criticada/o.

3ª Querer ser feliz.
4ª Não querer ser infeliz.
5ª Querer ganhar.
6ª Não querer perder.

7ª Querer ter montes de atenção.
8ª Não querer ser ignorado/a

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